As artes marciais trazem muitos benefícios para os praticantes como o aprendizado, a disciplina, a filosofia e também as técnicas de combate, defesa pessoal e competição desportiva. Além disso há também os aspectos culturais, relacionados ao país onde a arte nasceu ou se desenvolveu, como é o caso de Okinawa, Japão.

A palavra Makiwara é bem conhecida pelos praticantes de Karatê e também do Judô. Maki significa enrolar e Wara significa palha, logo a tradução é “enrolar em palha”. Trata-se de uma haste de palha (de arroz) que serve para o treinamento do praticante, para o desenvolvimento preciso e efetivo dos golpes de mãos e pernas. Ele é similar ao Mudjong, boneco de madeira utilizado pelos chineses e praticantes de Kung Fu para o desenvolvimento de golpes, tendo a finalidade parecida com a de um saco de pancada.  O treinamento no makiwara não é simplesmente socar e chutar, mas refinar e melhorar o que se aprende no tripé do Karateca (Kihon, Kata e Kumite).

Em ordem: makiwara utilizado no Kyudô, o tou-makiwara, o sagi-makiwara e o tachi-makiwara

Existem diversos tipos de makiwara: no Kyudô (arte marcial com arco e flecha) é utilizado rolos de palha com esse mesmo nome como alvo de flechas, o tou-makiwara, que são talos de bambu amarrados, utilizados para nukite, o sagi-makiwara, um tronco com cordas em volta suspenso pelos dois lados e o mais conhecido, tachi-makiwara.

Normalmente os alunos de nível intermediário e avançado praticam no Makiwara. Essa importante ferramenta de treino ajuda no fortalecimento de punho e também precisão e efetividade dos golpes, com constância e cuidado. Nakayama Sensei (1988), discípulo de Funakoshi Sensei, dizia que o Makiwara é a alma do Karatê e não deve ser dispensada nem por um dia.

Claro que Nakayama não restringe o Karatê ao Makiwara. Tanto ele, como os mestres da arte sabem e recordam que o treino não pode ser esquecido: “É importante desenvolver os punhos e os pés constantemente com o uso do makiwara, enquanto ao mesmo tempo desenvolve as técnicas praticando o kata e o kumite (Karatê Do Kyohan, p.269)”. Após o termino deste texto, há referência com ótimos materiais e explicações sobre makiwara e até como fazer um! Que o conhecimento e a cultura da arte possa fortalecer o desejo dos praticantes crescerem sempre!

Ganbarimashou minna-san! Oss! 

Referências:

O melhor do Karatê, vol.1 - Nakayama, M.
Karatê Do Kyohan - Gichin Funakoshi
Full Potential Martial Arts
Mushinkan - A Estrutura da Academia
Filosofia Shogun 
Pinto Dojo 
Taigen Karatê
Sochin Dojo

Nascido da ideia de tornar a prática do karatê-do cada vez mais comum aos olhos das pessoas, o Sensei Atila Ramos da Silva decidiu criar em conjunto com alguns amigos e demais praticantes o "Karatê City - Treino Itinerante". Essa proposta surgiu na reta final das votações para a entrada do karatê nas Olimpíadas, com o objetivo de reunir o máximo de praticantes de karatê em um local público como: praças, parques ou avenidas que aos finais de semana se tornam abertos a prática de atividade física. Desde então, vem tendo cada vez mais aderências de professores e alunos dos mais diversos estilos e dojo do estado de São Paulo e das demais capitais do Brasil.

Segundo o Sensei Átila, "Em nosso país, o futebol é praticado em qualquer lugar. Quando era criança bastava colocar o chinelo e jogar uma bola na rua que naturalmente as coisas acontecia, todo mundo acha isso normal, porque é saudável praticar atividade física ou algum esporte. Quando paramos para realizar um kata na rua, as pessoas nos olham de forma estranha, como se fôssemos doidos. Por isso, a ideia é tão interessante, se cada vez mais pessoas aderirem a prática comum do karatê em lugares públicos, vamos ter cada vez mais praticantes procurando o dojo."

Os treinos do "Karate City Treino Itinerante" acontecem uma vez por mês, geralmente em um domingo e sempre dirigido por um Sensei diferente. Esse mês não foi diferente, os treinos aconteceram no dia 10/09, na Praça Batista Campos em Belém do Pará sob a supervisão do Instrutor 1º Kyu faixa marrom do estilo Shotokan, Mauro Sérgio Soares, contando com a participação de 7 alunos. E no Parque da Juventude, localizado ao lado da estação do metrô Carandiru, foi dirigido por mim, Shidoin (Instrutor) Wellington Felipe, 3º Dan da Associação Okinawa Shorin Ryu Karate-Do Jyureikan - filial Meikyokai Dojo e contou com a participação de 23 de praticantes de três estilos diferentes, sendo respectivamente: Shorin-Ryu, Shotokan e Kyokushin.


No decorrer do treino vivenciamos a prática normal de kihon, kotekitai, kata e bunkai de alguns kata do estilo Shorin-Ryu, procurando estreitar os laços entre os praticantes, ministrei os kata Pihan que se assemelham e são praticados em cada um dos estilos, na shotokan são os Heian do 1º ao 5º e na Kyokushin são os Pinan Sono também do 1º ao 5º. Procuramos examinar e praticar os bunkai (aplicações) dos kata Pihan Shodan e Nidan, uma oportunidade de aprofundar e conhecer um pouco mais das características do estilo shorin-ryu da Associação Jyureikan.


Chegamos ao fim de mais uma edição dessa grande proposta, pudemos reunir amigos e aproveitar o dia fazendo o que mais gostamos que é treinar karatê-do, chamamos a atenção das pessoas que estavam em volta e assim atraímos mais alguns praticantes, pois, enquanto treinávamos, algumas crianças que estavam a nossa volta se interessaram e quiseram praticar naquele momento. Com isso, conseguimos mais umas 6 ou 7 crianças que direcionamos para os dojo próximos da região. Esta é a ideia, atrair cada vez mais pessoas para praticarem o karatê e assim elevar ainda mais o nome da nossa arte marcial!

Para mais informações do evento, acompanhe na fanpage oficial.

Ganbarimashou minna-san!